Opinion | Body's slave

picture taken by my sis latest Easter


The other day while I was exercising, my younger sister told me: "Why are you doing this? Your body will come apart all the same ...". I confirmed. For it will. In flames, my element, if I have a say in the matter. However, I try to think of a justification to do so. And I didn't found one that convinced me.  

I'm not addicted to exercise at all. Indeed, I HATE gym, it simply bores me. But I like physical activity, especially if it's artistic. That's why I dedicated so many years to ballet and, later, ballroom dancing. Occasionally,  in summer, when there was not much to do in my grandparents' house, you could caught me imitating the ladies of those articles that  promised "a 10/10 body in two weeks." I always wondered what a 10/10 body would be and what was all the fuss about it. 

I always felt good about my body. No. I'm actually lying. There are times when I do not like it. That I cringe on my short legs and fatty that only exists in my head. I also have these crazy thoughts. And  it is precisely in these moments, that exercise appears to be an  imposition, there are cms to take and put here and there, and I start to massage my  hips with the latest firming cream.  

BUT then I STOP. I look in the mirror and he laughs at me. "Silly girl. If you were to be perfect, you would be a bore. " And  then, the stretch marks on my hips - which I affectionately call the  "cobwebs", my cellulite that can (barely) be seen and so many other "girly nonsenses" remind me that I am a woman. And the cream-cellulite accumulates, hard exercise plans are forgotten ... And I'm no longer a prisoner of these stupid ideas. And I like me. Just the way I am. Imperfect.

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No outro dia, enquanto estava a fazer exercício, a minha irmã mais nova disse-me: “Porque é que estás a fazer isso? O teu corpo vai-se desfazer na mesma...”. Eu confirmei. Pois vai. Pelas chamas, o meu elemento, se eu tiver voto na matéria. No entanto, fiquei a pensar numa justificação. E não encontrei uma que me convencesse.

Não sou viciada em exercício, de todo. Aliás ODEIO ginásio, entedia-me. Mas gosto de actividade física, principalmente artística. Por isso dediquei tantos anos ao ballet e, posteriormente, danças de salão. Ocasionalmente, no Verão, quando não havia muito para fazer na casa dos meus avós, lá imitava as senhoras das revistas daquelas artigos que prometiam “um corpo 10 em 2 semanas”. Sempre me perguntei o que seria um corpo 10 e qual era o alarido em torno dele.

Sempre me senti bem com o meu corpo. Não. Minto. Há alturas em que não gosto dele. Em que resmungo com as minhas pernas curtas e banhas que só existem na minha cabeça. Também tenho dessas pancas. E é justamente nesses momentos, que o exercício surge como uma imposição, há cms a tirar e a pôr, e lá recomeço a massajar o quadril com o último creme reafirmante.

MAS depois PÁRO. Olho ao espelho e ele ri-se de mim. “Rapariga tonta. Se fosses perfeita eras uma seca”. E então, as minhas estrias nas ancas – que eu carinhosamente chamo de “teias de aranha”, a minha celulite que (mal) se vê e outras tantas “miudezas de gaja”, recordam-me que sou uma mulher. E o creme da celulite vai-se acumulando, os planos rígidos de exercícios são esquecidos...não sou mais prisioneira de ideais idiotas. E eu gosto de mim. Assim mesmo. Imperfeita.