Opinion | A nudez e a moda - qual é o limite?

1: Miranda Kerr nude by Willy Vanderperre | 2: Paolo by Paul Reitz | 3: Kate Moss by Irving Penn | 4: Helmut Newton | 5: Eldor Gemst

A propósito da minha rubrica sobre sexualidade, no jornal do meu pólo universitário, 

escrevi um texto sobre a liberalização do nu.

Uma vez que a moda tem uma estreita relação com o corpo e o nu, dei por mim a reflectir se esta é mesmo necessária.

Os mais conservadores dirão que, uma vez que a moda diz respeito maioritariamente a roupas, 

não faz sentido utilizar a nudez nos editoriais e afins.

Há inclusive revistas, sites, blogs e forúms de moda que se recusam a utilizá-la ou que o fazem mediante avisos de conteúdo.

Outros, mais "libertinos", defendem o seu uso fotográfico sem preconceitos.

Celebram o nu e usam-no ora para provocar, ora para chocar, ou ambos!

Alguns fazem-no de forma artística, subtil, misteriosa - como o primeiro exemplo de fotos - 

onde o corpo não é apenas um objecto sexual, mas uma alma despida.

Outros de uma forma que roça a vulgaridade - como o segundo conjunto.

Terry Richardson é um dos mais contestados e polémicos fotógrafos da actualidade,

conhecido pelas suas imagens de cariz sexual e nudez (por vezes) desnecessária.

No que diz respeito à minha opinião pessoal, digo sim ao nu artístico e mesmo sensual,

quando é feito para exaltar a beleza ou passar uma mensagem.

Sou apreciadora, por exemplo, da maior parte das edições do calendário da Pirelli.

Do que não gosto particularmente são os conteúdos quase pornográficos.

Fotografias vulgares à David Lachapelle intrigam-me e fazem-me rir até, 
mas não posso deixar de repudiar a forma como banalizam o corpo (especialmente o feminino), pelos piores motivos.

Sou a favor da nudez na moda, se, e só se, se mantiver o respeito pela condição humana.

Afinal, nascemos todos nus, certo?

1,2: Eniko, Magdalena and Abbey by Terry Richardson | 3,4,5: Gisele and Naomi by David Lachapelle