08 agosto 2013

Opinion | The true body acceptance II


Hoje, a propósito do meu post sobre exercício, dei por mim a pensar mais uma vez nas ideias corporais que a sociedade nos incute...
E em como, tanto de um lado da balança como do outro, as pessoas arranjam sempre motivos para criticar alguém baseado no seu corpo.

Como disse no meu texto "The true body acceptance", não há aceitação dos vários tipos diferentes de corpos (óbvio!).
As magras são constantemente chamadas de "anoréticas", "doentes" e relembram-lhes constantemente que "deviam comer cerelac". 
As obesas são chamadas de "desleixadas", "preguiçosas" e dizem que só devem comer Mcdonald's a toda a hora.
As pessoas no meio? São pressionadas também a livrarem-se daquela gordurinha localizada, ou a "ganhar" mais rabo ou mamas, etc.

Por isso, tive uma ideia.

Na página de Facebook do Blog coloquei as duas imagens seguintes, em separado, com a indicação:

"Escreve a primeira coisa que te vier à cabeça."

(Agradeço a sinceridade de todas as que responderam, sem vocês este post não seria possível!)


Como podem ver, coloquei uma foto de uma mulher com peso a menos e outra com peso a mais.

Os meus objectivos com este jogo?
Vários.

Os resultados? Não me surpreenderam!

Na primeira foto, obtive, até à data 40 e tal comentários. Na segunda foto, tive 20 e tal comentários.

(Podes deixar lá a tua opinião também!)

Vamos então conhecer os objectivos e as minhas conclusões em relação aos mesmos:

1.
Entender como é que a percepção corporal dos meus leitores se encontrava, isto é, 
se percebiam que uma destas mulheres se encontrava magra demais e a outra gorda demais, respectivamente. (em termos de saúde)

A maioria das pessoas detectou os pesos como não sendo propriamente os mais saudáveis.
Um IMC saudável está definido, em termos médicos, entre 18 e 25 (há quem diga 20-24).
Ora, não pesei estas meninas, nem sei quanto medem, mas avaliando pela foto, acho que devem estar fora deste limite.
Muitos dos comentários que li eram "magra" e "obesidade" e isso deixou-me satisfeita, porque é mesmo verdade.

2.
Perceber se existiam comentários negativos/maldosos/jocosos em relação a cada uma das formas de corpo.

Infelizmente houve. 
Não foram péssimos, mas houve comentários que me deixaram triste (atenção, quem foi sincero merece respeito, cada qual tem a sua opinião!).
Comentar "anorética" na primeira foto foi um dos exemplos. 
Porque este termo, que as pessoas associam à "anorexia nervosa", à doença psiquiátrica que faz com que, grosso modo, as pessoas comecem a comer menos para perder peso (muitas vezes não precisando, de todo!),
não pode ser aplicado do nada.
Não sabemos se a rapariga é simplesmente assim por natureza, até pode comer muito.
Também na primeira foto, li um "nojo" que me partiu o coração, confesso.
Na segunda foto não ouve nenhum comentário muito gritante, mas salientam-se um "medo" e "banhas".
Notou-se que algumas pessoas ainda "culpavam" as donas dos corpos por ser como eram.
Atentem que da mesma forma que uma pessoa magra pode não conseguir engordar, por mais que coma, 
também uma pessoa com excesso de peso pode não conseguir emagrecer, mesmo fazendo exercício e comendo de forma saudável!

3.
Detectar se existiam diferenças entre o "tratamento" que davam a um dos lados da balança em detrimento do outro.

Aqui aconteceu exactamente o que eu esperava. 
E é um ponto que já salientei várias vezes, mas que muita gente continua a discordar comigo.
É o seguinte: a "mulher comum" critica muito mais rapidamente uma mulher magra do que uma obesa.
Atenção, não estou aqui a dizer que as pessoas com excesso de peso não sofrem. Sofrem e não é pouco!
Especialmente porque a sociedade tem muito mais tolerância pela mulher magra, 
que aparece em tudo o que é revista, anúncio e campanha, e é muitas vezes vista como "o ideal".
Por isso, sei bem que ter "banhas" ou "coxas mais largas" é aso de muitas críticas e até bullying.
Mas, se há algo que tenho notado nos últimos tempos, e já no meu outro texto tinha dito o mesmo, 
é que muitas vezes se tenta defender "os gordos", deitando abaixo "os magros".
Imagens que colocam, lado a lado, corpos mais curvilíneos ao lado de uns mais magros e dizem "This is hot! This is shit!",
ou frases como "Real woman have curves" são claros exemplos.

E este meu jogo foi mais um exemplo disso:

Na foto da magra muita gente não se coibiu de dizer, "nojo", "mete-me impressão", "insegura" ou "falta de amor próprio",
mas na foto da mulher com excesso de peso, muitas foram as mensagens positivas e de incentivo como "confiança", "coragem", "mulher comum", "mulher verdade" e ainda "sociedade preconceituosa"!
(Também houve comentários contrários a isto, claro, mas a tendência global foi esta!)

Ora, volto a referir: SOMOS TODAS MULHERES!
Gordas, magras, altas, baixas, com curvas ou sem curvas...somos todas XX geneticamente, 
merecemos respeito, merecemos não ser julgadas pelo exterior, merecemos não sofrer de bullying...
e enquanto cada uma de nós continuar a desprezar as magras e a chamá-las anoréticas e dizer-lhes para comer "uma sopinha",
ou a dizer aos gordos que deviam mexer o rabo e deixar de comer bolos,
ESTA FALTA DE ACEITAÇÃO NUNCA IRÁ TER FIM.

Se a sociedade diz que nunca somos suficientemente magros ou que temos mamas suficientemente grandes ou o rabo suficientemente empinado,
É HORA DE MANDAR TODA A GENTE À M*RDA e começar a aceitar o corpo que nos acompanhará toda a vida!
Deves cuidar dele, fazer o máximo para te manteres saudável - mas não obcecar!, fazer exercício (não tem de ser para emagrecer, mas faz bem a TODA a gente!!!) e ACIMA DE TUDO...

GOSTAR DE TI COMO ÉS!

Não digas mal de quem é diferente de ti...muito menos para te sentires melhor!
Não te esqueças que há muitas meninas a chorar por causa de comentários maldosos,
a comer apenas maçãs, a auto-mutilarem-se por odiarem o seu corpo, inclusive a morrer ou suicidar-se!
Pensa nisso na próxima vez que chamares "gorda" ou "trinca-espinhas" a alguém.
Pensa se essa pessoa não ouviu já isso vezes que chegue. Se não é melhor sorrir-lhe e dizer "és linda como és!".
E aproveita e faz isso contigo. Vai ao teu espelho e repete comigo: "Sou linda!"

Deixo-vos com algumas imagens com mensagens inspiradoras...e para levar para casa!

Deixem a vossa opinião sobre este tema tão actual, okay?
(A todas as pessoas cujos comentários referi aqui, não estou contra vocês, atenção, nem nada que se pareça...
cada qual tem a sua opinião, e uma frase que disseram não vos define!
Somos o reflexo da nossa sociedade, não estou aqui para apontar dedos, por isso paz!)


59 comentários:

  1. gostei muito do post Nádia! Eu tenho 17 anos e sou magrinha (tenho 50kg e meço 1,66m). Como bastante e faço várias refeições e não consigo engordar por mais que queira. Não é que me sinta mal com o meu corpo, mas gostava de ter mais xixinha. Porém, isto é genético, já a minha mãe era assim quando tinha a minha idade.
    No 6º e 7º ano sofri bastante com o que diziam de mim, chamavam-me anorética (apesar de nunca o ter sido), esquelética, bacalhau, tudo o que possam imaginar. Felizmente sou forte e não deixei que isso me afetasse, mas acredito que afete muitas meninas por aí.
    Tudo isto para dizer que temos que nos aceitar como somos e ligar pouco ao que os outros dizem de nós, porque toda a gente tem os seus defeitos, mas cada um é lindo à sua maneira!

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    1. Eu entendo bem o que dizes. Eu já fui bastante magra, com 1,62m cheguei a ter 45Kg na minha pior altura, e as pessoas tentavam deitar-me abaixo. Mas eu nunca liguei. Sempre gostei de mim como era. Magrinha ou com mais carninha, como agora, o meu corpo merece todo o meu amor porque me faz viver...e isso é mais importante do que tudo!

      Ainda bem que te sentes bem no teu corpo <3

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  2. Gostei muito deste post. A aceitação do corpo tal como é deve ser incutida cada vez mais nas mentes desta sociedade com parâmetros malucos e inaceitáveis. Não sei se conheces o site skinnyvscurvy, mas gosto de dar uma vista de olhos nele para me rir um bocado. Outro dia, numa foto da Sophia Bush, uma actriz lindíssima e com um corpo magnífico e saudável, não faltavam comentários a apelidá-la de gorda. Isto deixa-me triste. Eu sou magra, tenho 1,58 e o meu peso varia entre os 48 e os 50 kg. Mas fui uma adolescente cheiinha, apenas na idade adulta perdi peso naturalmente e nunca mais recuperei, sem me privar de nada. Costumo dizer que a diferença da Sofia da altura para a Sofia de agora é apenas uma - o tamanho das roupas. Gostava de mim e era confiante com mais peso e continuo a sê-lo agora. Levo uma vida saudável, como bem e faço exercício, porque considero importante para a minha saúde. Mas se tiver um jantar e houver 3 sobremesas, podem ter a certeza que as como, sem medos de engordar, porque não acredito nessas futilidades. Sou uma mulher realizada e feliz, e sou muito mais que um corpo. Tenho pena que nem todos pensem assim!

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    1. Conheço esse site, sim, costumo ir lá porque gosto de ver as citações de aceitação corporal das famosas. Mas sim, às vezes há cada comentário que minha nossa!!!

      Eu compreendo-te bem, a mim aconteceu-me o oposto, costumava ter pouco peso e as pessoas lá me tentavam deitar abaixo...mas nunca me importei, sempre gostei de mim! ;) Agora que engordei sinto-me ainda melhor. Preocupar-me com engordar nunca preocupei, como que nem uma loba hehehe :p

      Muitos parabéns pela tua atitude com o teu corpo! :D

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  3. Adorei o artigo! Muitos muitos parabéns! Quem fala assim... Sem palavras Nádia!

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  4. A verdade é que custa compreender o outro lado. Eu sempre fui gordinha sem compreender bem o porquê. Em criança, comia o mesmo ou menos que os meus amigos/primos, praticava aeróbica, ginástica e natação, andava de bicicleta, subia a árvores, etc. No entanto, toda a gente, excepto a minha mãe que compreendia bem o meu problema, me dava os tais "conselhos" que precisva de ser magra, porque podia ter muitos problemas de saúde associados e ninguém ia gostar de mim; e apontavam sempre soluções mirabolantes: "tens de comer menos bolos e gomas" (eu não comia nem uma coisa nem outra, aliás, detestava gomas) ou "tens de sair mais de casa, tens de fazer exercício!". Eu não percebia se estava a fazer tudo mal, ou se estava, de facto, a comer de mais e a fazer exercício a menos. A minha mãe lá me conseguiu convencer que eu não tinha problema nenhum, a não ser o meu aspecto não estar adequado às expectativas dos outros.

    E desde então, tem sido uma luta constante contra toda a propaganda anti-obesidade, quer evidente, como é o caso dos anúncios da depuralina, quer a mais dissimulada, como a odisseia que é encontrar roupa (bonita) em tamanhos acima do 42.

    Quanto ao "outro lado", a magreza, confesso que quando era mais nova, pensava sempre para comigo mesma (não conseguia ser mesquinha ao ponto de comentar com outros, e muito menos, com o alvo da crítica) se a pessoa tinha anorexia ou algum problema do género. Deixei de o fazer quando uma pessoa próxima morreu desse mal, percebi a seriedade do problema, e de como tantas vezes se pode tornar uma doença tão séria numa piada. Fui conhecendo também imensa gente com esse que não conseguia engordar, e como isso pode ser assustador, e aprendi a não dizer "que sorte, quem me dera ter esse problema!", porque é realmente uma falta de respeito.


    (este é a minha perspectiva pessoal e a evolução da minha posição perante este a assunto)

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    1. Teresa, os meus sentimentos pela tua perda. De facto a anorexia nervosa e a bulímia (e todos os distúrbios do género), são doenças muito perigosas...e que infelizmente ainda são incompreendidas por muitas pessoas.

      Espero que um dia possas sentir-me MESMO bem no teu próprio corpo, é tudo um passo de cada vez...um dia irás lá chegar! Esperemos que a sociedade também ajude, cada vez mais! :)

      Obrigada por partilhares o teu testemunho!

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    2. Muito obrigada por este post e por dares início a esta discussão que é extremamente importante!

      Só queria acrescentar que isto não é uma competição sobre quem é o mais coitadinho, entre gordos e magros. No entanto, na perspectiva de gordinha, queria só dar a perceber o porquê de muita gente ser tão defensiva no que toca ao nosso aspecto, e no porquê de muita gente se virar contra os magros. Em primeiro lugar, surge da ignorância e da falta de empatia. Em segundo lugar, dizes, e com razão, que as mulheres magras e bonitas estão em todo o lado nos média. É aparentemente, o único tipo de corpo que os homens gostam. À nossa volta o que mais há é dietas mágicas, comprimidos para emagrecer (aquela campanha "seja sincero, você não gosta da sua barriguinha, pois não?" dá-me vómitos - o que é bom, aparentemente, porque perco o peso do conteúdo do meu estômago), cremes para acabar com a celulite, montes de ginásios que nos prometem boa forma física (normalmente ilustrados por mulheres tipo actriz de Hollywood e homens musculados tipo Hércules), as roupas bonitas e trendy muito dificilmente se encontram acima do 44, e quando há uma secção plus size, não só é bastante mais cara, como, à falta de melhor termo, mais foleira.
      Fora as agressões pessoais, por pessoas conhecidas ou desconhecidas, este tipo de mensagem sobre o quão errada é a nossa existência, está em todo o lado. Por isso, sempre que uma pessoa gorda aparece em roupa interior numa revista ou numa selfie no tumblr, é motivo de celebração porque é uma vitória sobre o "sistema".
      Por vezes alguém atira o chavão "real women have curves" (mesmo que haja muita gente gorda sem curvas, que, aparentemente, também não é uma "real woman"), ou, sobre a imagem de uma rapariga magra, comentam que não come, nem se diverte, e que a única coisa que lhe ocupa o tempo é o culto do corpo, quando a maior parte das vezes isto está bem longe da verdade.
      Na internet, nas comunidades de fat-positivity e fatshion, deu-se conta dessa tendência de demonizar um tipo de corpo para glorificar o outro, e há muito texto a dar a perceber como essa posição é igualmente errada.

      Quanto aceitação corporal é um processo longo e turbulento: baby steps and fake it 'till you make it! :D

      E estás a fazer um excelente trabalho. Parabéns e obrigada!

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  5. Adorei este post Nádia. Tenho 16 anos e também tenho muitos complexos comigo por ser magra, tenho 1,57 e peso 45kg, não consigo pesar muito mais que isso, e como muito mesmo! Quando era mais novinha gozavam mais comigo no básico, mas agora no secundário isso mudou. Mas custa-me às vezes ouvir os tão famosos comentários dos mais adultos e até dos adolescentes como eu: "estás tão magra, devias comer mais para engordar" (que até uma rapariga falou sobre isso na foto da rapariga magra no facebook), enquanto eu como que se farta. E custa-me bastante. E achei este post óptimo para pessoas tanto como eu, ou mais gordinhas, é verdade que temos que nos aceitar como somos, e somos todas bonitas! Fizeste muito bem em fazer uma coisa destas, para ajudares as raparigas que sofrem a subir, nem que seja um pouco, a sua auto-estima. Adorei muito mesmo, continua assim!
    Beijinhos! :)

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    1. Joana, eu entendo-te muito bem! Eu sempre fui magrinha, só nos últimos é que consegui finalmente engordar uns kilinhos (que é como quem diz uns 5 ou 6kg!), no secundário tinha 1,62m e o meu peso era 47Kg, cheguei mesmo a pesar 45kg! E as pessoas também me diziam isso, mas eu sempre gostei muito de mim, mesmo magrinha, e nunca me deixei afectar!

      Muita força para ti também, és linda como és, não te esqueças disso! <3

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  6. Eu concordo que toda a gente se deve de sentir bem com o seu corpo mas quer seja magra ou gorda deve de ter uma alimentação saudável e praticar algum exercício.

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    1. Sim, sim, eu deixei isso claro no texto! ;) (como médica - ai que estranho dizer isto :$$$ - nem podia ter outra opinião, hahaha)

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  7. Um dos teus melhores posts Nádia! Também já tinha reparado na "tendência" de desprezar os magros em prol dos gordos e sinceramente não gosto nada. Conheço pessoas que comem muito mais que eu e coisas pouco saudáveis que são muito magras e têm até um IMC mais baixo que o recomendado, como também conheço pessoas (incluindo eu, até), que comem saudavelmente mas que não conseguem perder peso e formas, devido ao seu historial genético ou estrutura corporal. No entanto, são todos óptimas pessoas e não é por serem magros que não sofrem o mesmo que as pessoas mais gordinhas sofrem uns para conseguirem engordar e outros para emagrecer)!

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  8. Adorei =) A verdade e que actualmente, com a idealizaçao da beleza com as modelos magras e irrealistas, as pessoas começaram a celebrar as pessoas mais "cheiinhas", e em tabela levam as pessoas do outro lado, que nao se importavam de ganhar mais uns quilinhos! Eu admito que um dos meus maiores problemas (e da maioria das raparigas) e aceitar-me tal como sou, e a minha melhor amiga e exactamente o oposto de mim (magra sem conseguir engordar), e é tambem insegura, por isso sei os 2 lados da moeda, e nao podia ter concordado mais com o teu texto!

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  9. Eu nunca estive em nenhum dos "extremos", mas quando era mais nova tinha mais xixinha, vá. O que é certo é que nunca ninguém me chamava gorda, nem nada que se parecesse (à excepção do meu irmão que teimava em "brincar" comigo quanto a isso e minava-me a confiança toda sem saber e sem fazer de propósito...enfim, mas isso são outras histórias, talvez mais relacionadas com a forma como lidamos com os sentimentos...). Agora que perdi algum peso naturalmente - e nem eu sei como, porque como como se o mundo acabasse amanhã - ninguém se coíbe de dizer "ai estás tão magrinha, tens comido bem?". Eu queria mesmo emagrecer por isso não me faz diferença, mas noto mesmo que o tratamento que recebo dos outros mudou!

    Por isso acho que tens mesmo razão, nenhum dos lados é saudável mas há uma sensação de que chamar magra a alguém não tem problema nenhum, mas chamar gorda já é tabu. E acaba por se criar um estigma à volta disso que alimenta ainda mais as desavenças entre quem tem corpos diferentes...é uma estupidez absoluta! Falta mais gente como tu a abrir os olhos a quem ainda não percebeu :)

    Parabéns e obrigada por dares tanto valor ao amor por nós próprias - todas temos um pouco a aprender com quem tem algo importante a dizer, e tu sem dúvida já deves ter mudado algumas mentalidades e feito algumas meninas sentir-se melhor. Pelo menos sei que ler isto ter-me-ia feito muito bem há uns anos atrás :) *

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    1. Achei interessante ler o teu comentario, especialmente quando mencionas a mudanca de tratamento por parte das pessoas. Quando eu perdi imenso peso, a minha propria familia comecou a tratar-me melhor. Nao os meus pais ou irmaos, com eles continuou normal, mas com tios e etc. De repente parecia que eu era uma pessoa mais valida porque era magra. Acho que se cria de tal modo um 'double standard' nestes assuntos que as pessoas automaticamente sao mais simpaticas para os mais elegantes, sem sequer se aperceberem. Mas pronto, isto e' a minha experiencia, claro.

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    2. Comigo nem foi uma questão de simpatia, foi mesmo a sensação de já não se inibirem de comentar o meu peso, parece que enquanto estava mais cheiinha não podiam dizer nada porque poderia ser ofensivo, mas dizer que estou demasiado magra já não tem problema...a nível de simpatia não notei diferenças, mas de facto agora tenho de tudo em maior dose: o "estás tão magra" e o "estás tão bonita"...há de tudo, mesmo. E é mesmo triste que assim seja, agora que olho para as fotos vejo que não estava tão mal assim mas na altura sentia-me horrível porque os únicos "és tão bonita" que ouvia vinham da minha mãe...

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    3. No ano passado perdi algum peso "acidentalmente" porque, como não estudava, dormia 8 horas por dia todos os dias e não estava sujeita a nenhum tipo de stress.
      A única coisa que ouvia era "estás muito melhor, agora que não tens aquelas banhas todas!". Este ano voltei à escola, e as banhas estão de volta. Dessas pessoas, nem um pio, mas já ouvi mais do que uma vez uma data de sugestões sobre como fazer exercício ("tens de andar!" quando eu só me desloco a pé...), e como a sopa faz bem e chega para o jantar!
      O que me está a comichar nesta discussão é que mais que uma pessoa já disse que é mais fácil emagrecer que engordar... gostava de saber como é que chegaram a essa conclusão! E como é que o estigma sistematizado (dei exemplos num comentário acima) que se tem pelos gordos pode ser melhor do que meia dúzia de comentários não solicitados de gente mal-educada que sugerem a uma pessoa magra que coma uma hamburger...
      Farta estou eu de saber que não se deve comparar uma coisa e outra, mas convenhamos...

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    4. Não é melhor, é igualmente mau! Porque, lá no fundo, basta ganharmos uma banhita extra e já se sabe que as pessoas podem até não dizer nada mas estão certamente a pensar nisso. Como tu dizes, até as boquinhas são mais disfarçadas.
      A mim não me faz diferença (já fez e muita, quando era mais nova), mas o que quis mostrar é a diferença no tratamento, a ideia que está tão enraizada na sociedade de que ser magro é bom e por isso se vires alguém magro demais podes mandar uma boca porque a pessoa de certeza que não fica ofendida, o que é tão ridículo quanto achar que alguém com uns quilinhos a mais é um coitadinho e um infeliz e não podes dizer nada porque a pessoa está muito mal e só vais piorar a coisa. Nenhuma das perspectivas faz o mínimo sentido, cada um sabe de si e simplesmente não deviam ser feitos julgamentos deste tipo (a não ser que a pessoa esteja a entrar em excessos perigosos para a saúde, aí já acho que se for por descuido e desinteresse, a preocupação pode falar mais alto...)

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    5. A questão é que isto não é uma guerra magros vs gordos. A verdade é que os gordos sofrem muito às mãos da sociedade actual, quer seja por campanhas, comentários, etc. Penso que ninguém está a dizer que é sempre fácil emagrecer, muito pelo contrário! Se fosse assim não tínhamos muitas vezes de recorrer a bandas gástricas e operações similares.

      O que eu acho que algumas meninas querem dizer é que, enquanto uma das soluções para perder peso é cortar no que se come, quando se tenta engordar, a resposta não é simplesmente "comer mais", porque muitas pessoas magras já comem bastante (conheço muitos casos, incluo-me a mim até na minha adolescência!)...daí não ser fácil. Alguns nutricionistas também costumam dizer que é mais fácil emagrecer do que engordar...se têm razão ou não, não sei, teria de ver estudos por detrás desta frase para dizer com certeza.

      E não é nada agradável ouvir "come um hamburguer" ou "come cerelac". A sério que não. Faz uma pessoa sentir-se mal, especialmente se já comer muito... E esses comentários até são os soft, a minha mãe toda a vida ouviu as pessoas dizerem que ela tinha de se alimentar, comer mais, que tinha um ar doente, que ainda ia apanhar "qualquer coisa". Ao indivíduo não importa se há estigma ou não, se a sociedade diz que ser magro é que é bom ou não...à minha mãe só lhe importa o que lhe dizem a ela...e isto é apenas um exemplo.

      NENHUM dos "lados" tem a vida facilitada, são ambos criticados, é essa a minha opinião, e por isso fiz este post. Quero paz entre pessoas de corpos diferentes, interior e uns com os outros :)

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    6. Têm toda a razão.
      Discutir isto é importante não só para a aceitação individual, como para sensibilizar e educar.

      Eu vi-me obrigada não a defender-me (ninguém me atacou!), mas a tentar "explicar" o porquê desses comentários mesquinhos a pessoas mais magras e da utilização de expressões "real women have curves" ou "os homens gostam é de ter onde se agarrar", Nem todos os gordos pensam assim. Aliás, a grande maioria de certeza que não pensa assim e não está de forma alguma contra os magros.
      E acreditem que há muita gente que não se inibe de fazer insultos "à trolha" a pessoas mais gordas, no meio da rua. Já os ouvi.


      Nos últimos dias encontrei três textos que exploram este assunto anos luz melhor do que eu:

      http://jezebel.com/thin-women-ive-got-your-back-could-you-get-mine-1173888442
      "Thin Women: I've Got Your Back. Could You Get Mine?" da Lindy West - Sobre, precisamente, este debate magras vs gordas (da perspectiva de uma gorda).

      http://pennyheartswincest.tumblr.com/post/59031695542/ok-so-heres-a-rant-about-being-fat-more-i
      pennyheartswincest no tumblr, sobre ser gorda.

      http://www.huffingtonpost.com/troy-campbell/problem-with-beach-bodies_b_3755457.html
      "Beach Bodies: The Wrong Model of Average Health" de Troy Campbell - Sobre a ideia distorcida que temos sobre qual deve ser o aspecto de uma pessoa saudável. (spoiler: o aspecto não está directamente associado à saúde)


      Lá está, somos todos diferentes, e o que resulta para uns, não resulta para outros. Há quem coma fast food diaramente e vista o 32, e quem coma uma salada ao almoço e uma sopa ao jantar, e vista o 46. Não é linear.
      É um conceito simples e fácil de entender, mas que muita gente parece ignorar. Há muito boa gente que não consegue controlar as diarreias verbais e diz tudo o que lhes passa na cabeça, sem qualquer tipo de filtro, e o melhor que se tem a fazer, é não dar importância.



      E pronto, já que comentei que chegue neste post, é que este tema diz-me muito. :P



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  10. Tendo estado ja nos dois lados da medalha, consigo atestar que SEJA COMO FOR que uma pessoa esteja, as pessoas vao comentar. Estas mais gorda, comentam que estas mais gorda. Estas mais magra, comentam que estas mais magra. As pessoas sao simplesmente demasiado obcecadas com a vida dos outros e com a magreza ou gordura dos outros. Para algumas pessoas, este bombardear de comentarios e perguntas so encoraja disturbios alimentares mas parece que esta gente nao percebe que as palavras tem efeito.

    Pessoalmente, o momento em que deixei de me preocupar tanto com o que as outras pessoas dizem foi quando percebi que preferia ser saudavel para estar ca mais tempo, ter filhos, netos, etc. Nao porque algum atrasado mental me disse que estava muita gira mais magra ou que estava nojenta mais gorda.

    My two cents on the matter.

    Love x
    When You Dream Big

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  11. Ainda ontem comentei isso ao telefone, com uma amiga minha. Sou roliça, podia perfeitamente perder uns dez quilos. No entanto, sou muito saudável, tenho todos os exames perfeitos. Provavelmente, gostaria mais de mim se fosse mais magra, mas adoro-me como sou e não sinto a mínima vontade de fazer dieta. A beleza também é psicológica e temos de aprender a amar-nos do modo que somos.

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  12. Em criança sempre fui uma rapariga magra. No entanto assim que entrei na adolescência, estava mais cheiinha, mas ainda assim dentro do meu peso. Pesava 63/64 kg para 1,69m.
    No entanto, há 3/4 anos emagreci, fui parar aos 57/58kg, sem nada fazer por isso. No entanto, sou uma rapariga normal, acho até que a minha barriga tem aqui umas gorduras totalmente dispensáveis (vou fazer os exercícios sugeridos pela Nádia :)) )
    No entanto, agora toda a gente comenta que estou muito magra e que devo estar doente. É mesmo chato ouvir estas coisas. Ainda por cima, as pessoas que mais comentam são as que sempre ouvi dizer que estavam gordas e que precisavam de emagrecer.
    O que eu acabo por lhes dizer, é que elas só comentam porque são umas invejosas. Já não tenho paciência.
    As pessoas, hoje em dia, quando cumprimentam as outras mais depressa dizem 'estás gorda/estás magra' do que lhes perguntam se está tudo bem. E isto sim é triste porque cada um é como é! O que interessa é que as pessoas se sintam bem e tenham saúde.

    Beijinho! *

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  13. adorei!!

    http://40andfashionista.blogspot.pt/2013/08/sorteio-internacional-rowme.html

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  14. True true true.
    Eu meço 1,65 e tenho 49kg. Como o que me apetece, apesar de tentar ter uma alimentação saudável. Mas nao me proíbo de comer um doce quando me apetece (deve ajudar nao gostar muito de doces e preferir salgados), uma francesinha de vez em quando e etc.
    Faço desporto por prazer e o engraçado é que é nessas alturas que ganho peso (músculo basicamente) o máximo que pesei foram 52kg. Quando deixo de exercitar perco peso.
    Penso que será tambem genético porque a minha é tambem assim ou ainda mais magra.
    Sou muito criticada por acharem que faço dietas, ou simplesmente inveja. Ja tive colegas de trabalho a dizerem-me na cara que nao percebem como sou assim magra se passo a vida a comer. Médicos ja me disseram que esse é tambem o segredo, estou sempre a trincar qualquer coisa (fruta, nozes, uma bolachinha) e poucas quantidades de cada vez.
    Enfim, sou muito feliz assim :)

    Ahh e parabéns pelo fim de curso

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    1. Percebo-te. Eu só consegui engordar um pouco nos últimos 2 anos, e isto pelo oposto, por ter parado de fazer exercício e ter ficado mais sedentária. ;)

      Ainda bem que és feliz assim :)

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  15. Olá Nádia. Obrigada por fazeres post's deste género, é importante para todas nós mulheres darmos valor a nós próprias sejamos magras ou gordas, somos pessoas, temos valores, amamos, queremos ser amadas, e isso acho que é comum a todas as pessoas. Fico triste porque a sociedade não está preparada para este espírito, na televisão aparecem sempre o mesmo tipo de pessoas, as modelos têm sempre o mesmo tipo de corpo e sinceramente se calhar são poucas aquelas que se sentem bem com o seu corpo. A verdade é que a sociedade nos "impige" uma imagem de magreza como beleza e acaba por ser difícil ter força de espírito para avaliar por nós próprios.

    Eu sempre fui gorda em criança, talvez por comer muito, talvez por ter tomado muita cortisona em pequena, talvez pela genética (a minha mãe era igual), por uma enormidade de talvez. Nunca gostei de ser gorda, na minha cabeça ninguém gostaria de mim por isso, fiz várias dietas algumas resultavam mas acabava por regressar ao peso inicial. Quando fui para a faculdade emagreci 5Kg em apenas 1 mês, não por ter feito alguma coisa de diferente aliás passei a comer mais e melhor. Mas uns meses fui parar ao hospital por ter desmaiado com uma anemia. Os meus pais e o meu namorado andavam preocupadíssimos comigo. Hoje ainda não recuperei o peso que tinha sinceramente não é isso que me preocupa, sei que hoje apesar de mais magra como melhor, faço mais exercício físico e o mais importante sinto-me melhor comigo própria, sinto-me mais saudável e mais confiante..

    Obrigado pelas tuas palavras :)

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    1. Bárbara sem dúvida, as modelos também não se sentem sempre espectaculares, a sociedade precisa de diversidade!!!

      fico feliz por estares mais confiante :D

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  16. Eu sou das gordas que por muitas dietas que faça não consigo emagrecer, aliado a uma lesão causada por excesso de desporto quando ainda era menor de idade que não me permite, por mais que queira fazer exercicio fisico de forma frequente.

    Falei com a minha médica de familia que me passou um P1 para cirurgia bariática. Já fiz todos os exames menos electrócardiograma e todos eles acusaram uma saude de ferro, o meu unico problema de saúde é mesmo a obsidade, meço 1.60 e peso actualmente 108kg. Procurei ajuda e sei os riscos e os sacrificios que vou ter que fazer, mas pelo menos vou tentar.

    também me chocou a palavra banhas, mas é o que nós temos, fico mais arrepiada quando na primeira foto vejo comentarios como perfeita, ou ossos lindos...isso sim me deixa preocupada, pois ser extremamente gorda e ser extremamente magra não é nada saudavél...

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    1. Boa sorte para a cirurgia, espero que tudo corra bem :)

      sim, tanto uma imagem como a outra não eram saudáveis... :/

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  17. Eu não sou normal de todo.
    Sou magrinha, muitooo magrinha. E se gosto... nope Obvio que gostava de ter o rabinho e as curvinhas que outras meninas tem. No entanto, mesmo magra... Nem aí me sinto bem, porque tem sempre alguém com uma barriga mais tonificada e blablabla
    E custa ouvir que sou só ossos, ou que pareço um rapaz...

    Quem me dera amar me tanto como tu te amas a ti :c

    itskindaofmessy.blogspot.pt

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    1. Sara, espero que um dia te possas aceitar como és <3 todos os corpos têm a sua beleza! Não ligues a essas palavras, muitas vezes são pessoas que o dizem por despeito!

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  18. Parabéns pelo artigo Nádia!
    Realmente fantástico!
    Apesar de felizmente ter tido sempre cabeça para não cair em dietas loucas e em possíveis distúrbios alimentares, continuo a sofrer com o meu aspecto... Não me considero enorme, mas não sou a rapariga que é "apreciada"...
    Sou relativamente alta (1,70) mas tenho as costas muito largas e uma barriguinha que não desaparece... Já fiz uma dieta recomendada por uma nutricionista, já fiz exercício e ela perdura...
    Sei que tenho de viver com ela e que, possivelmente a minha única solução seria uma operação mas não tenho base monetária para tal. Portanto por cá vou andando, lutando por encontrar roupa que me fique bem...

    E pronto, foi o meu desabafo...

    Mais uma vez, parabéns!

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    1. A barriga é o "tendão de aquiles" de muitas meninas! continua a tentar, mas luta por te aceitares como és :)

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  19. Amen a ti a este post,miúda.
    Acho que é cinismo por parte de ambas as partes, das magras, das gordas, e ainda mais de quem está no meio, mas todas sofremos porque nunca somos a perfeição concebida apenas num programa de tratamento de imagem que é a coisa mais impingida à nossa sociedade actual!
    Apesar de querer emagrecer por motivos de saúde, digo com orgulho que tenho 1,70m, peso quase 100kg, tenho um IMC está mais ou menos nos 34, não é saudável eu sei, mas não tenho problemas derivados do meu peso e sinto-me feliz no corpo que tenho (também tenho sorte em ter músculo ainda definidos e uma estrutura óssea bastante larga). Não condeno nem um lado nem um outro, a não ser que saiba a sua história e esta ser baseada em pessoas que têm histórias infelizes como não quererem ser saudáveis e comerem apenas porcarias (e ainda se orgulharem disto, sendo tanto magras como gordas)ou então aquelas que não querem ser gordas porque é feio e nojento, essas pessoas sim, critico, pelo seu pensamento negativo e nada bonito.
    Uma pessoa magra pode comer porcaria o dia todo, enquanto uma gorda pode até comer as coisas mais saudáveis.
    De verdade de digo, eu engordo não só porque tenho predisposição a tal mas também porque como muito às refeições, enquanto que outras vezes pura e simplesmente não como durante o dia todo (épocas de exames e afins) e ao chegar ao fim do dia, qualquer coisa que meta à boca vai ser absorvida pelo meu corpo. Muitas não sabem e se esquecem que ao dar ao nosso corpo menos do que aquilo que ele precisa, ele próprio irá buscar a energia a sítios que não deve. Raramente como porcarias, e apesar de conhecer imensa gente magra que come gulodices praticamente diariamente (e tenho provas dessas cá em casa) eu digo sempre que se comesse como eles não andava, rebolava, e mesmo tendo cuidado e fazendo exercício contínuo a ter peso a mais!

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    1. Ah,e outra coisa que nada ajuda,e muita gente se esquece, é da medicação que muita gente toma, como eu, cortisona e afins, que são um belo modo ajudar ao aumento de peso, ou pelo menos, dificulta a perda do mesmo.

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    2. Obrigada pelo teu testemunho Joana!

      É verdade, a medicação também não ajuda mesmo nada, a cortisona aumenta mesmo o peso porque altera o metabolismo.

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  20. Gostei muito mesmo deste post! Infelizmente, este é um tema que ainda "assombra" a nossa sociedade, adoro quando vejo reflexões como a que fizeste assim, tão bem escritas! Parabéns :)

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  21. Gostei deste post, pela imparcialidade.
    De todo o modo, e salvo se houver uma patologia associada, o segredo para engordar ou emagrecer passa sempre e antes de mais pelo que se come. Eu tenho 1,72m, já pesei 47kg (tenho um matebolismo muito acelerado, basta comer menos do que o metabolismo basal queima e emagreço dois ou três quilos numa semana) e nunca ninguém me chamou o que quer que fosse, porque eu sempre me senti bem (e acho que enfiava um pêro no focinho de quem quer que o fizesse) e isso nota-se. Agora estacionei nos 53/54kg, sou magra, continuo abaixo do IMC considerado mínimo e, francamente, não queria ter outro corpo. Como "como um gajo" (dizem os meus amigos) mas tento contrabalançar os exageros com uns verdes e tal. :) Importante é gostar-se MESMO de quem se é. E se isso vier de dentro para fora, não há cá sacanas que afectem a auto-estima. Porque não defendo que devamos gostar de nós como somos, tout court; defendo sim que devemos ser alguém (ou tornarmo-nos alguém) de quem gostamos (MUITO). Para isso, às vezes, temos de trabalhar - e, nesse aspecto, tornar o corpo o que nós queremos é uma brincadeira de meninos, ao pé do que é preciso trabalhar para gostarmos (MUITO) de quem somos - e quem somos inclui o corpo, mas também (e sobretudo) muitas outras dimensões, que não podem ser escamoteadas. Gostar do corpo que temos é uma parte ínfima, apenas.
    Boas férias!

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    1. Quem tem força e auto-estima, realmente não liga a estas coisas...mas há muitas pessoas que não têm essa mais-valia...muitas meninas e mulheres que todos os dias se debatem por não odiar o seu corpo, por não o auto-mutilarem, por não passar fome...

      Sim, às vezes é preciso trabalhar para termos o corpo que queremos...mas por vezes é mais difícil do que parece, tanto do lado como do outro da balança.

      Concordo, devemos gostar MUITO de quem somos, trabalhar para ser melhor, especialmente por dentro! :)

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  22. É exatamente como disseste, muitas vezes as pessoas mais magras, são mais "massacradas" do que as mais gordas. Isto porque talvez muita gente ofenda quem é magro, com a pretensão de se sentir melhor consigo próprio. Durante a minha adolescência media 1.65 e pesava 49 kilos. Nunca fui anorética e sempre comi muito bem, acontece que já era da minha genética não engordar. Agora sei que era pura inveja e intenção de me deitar abaixo mas na altura, uma das mais críticas na vida de uma pessoa, não foi fácil aguentar certos comentários. Na verdade, hoje em dia, que já sou mais cheinha, de vez em quando alguém me diz que estou muito magra e note-se que só me diz isto, quem está bastante acima do peso. Considero que seja para se sentirem melhor mas, acho que da mesma forma que eu tenho a sensibilidade de nunca criticar ninguém pelo seu peso, elas também não deveriam fazê-lo mas, cada cabeça sua sentença! Adorei o post, muito bom!

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    1. Revejo-me na tua história, sempre comi muito, mas tinha pouco peso na adolescência, era algo natural, mas havia quem tentasse deitar abaixo. Nunca liguei ;)

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  23. Amei este post até porque entendo e concordo plenamente contigo , houve uma parte em que as lagrimas me cairam porque eu nao gosto do meu corpo e fui vitima de bullying desde o meu 1 ano e para uma criança tao pequena ate 6 ano custa porque eu cresci com a ideia de que era feia e gorda e que nao prestava e lembravam me disso todos os dias ate que comecei a acreditar eu tenho consciencia de que tenho muito baixa autoestima e os meus amigos estao sempre a dizer és linda e eu sorrio e digo obrigada mas na realidade eu nao concordo respeito a opiniao mas para mim é uma mentira eu cheguei ao ponto de despero que me começei a auto muitilar isto tudo tendo eu apenas 14 anos e sei que mesmo que emagreça para mim nunca sera o suficiente porque eu tenho uma ideia de perfeiçao coisa que sei que nao existe porque cada um tem a sua opiniao sobre perfeiçao mas a minha é bastante dificil de chegar la porque sei que nunca serei como uma modelo sei que nunca terei determinado peso porque custa me emagrecer e eu tenho uma especie de ideia onde eu tenho que emagrecer 10 kilos mas mesmo emagrecendo ja 5 kilos se eu engordar seja 1 kilo eu passo me e custa me porque eu sei que devia aceitar me como sou mas eu simplesmente nao consigo porque eu acho que mesmo que consiga emagrecer os 10 kilos eu nunca ficarei contente com o meu peso nunca vomitei o deixei me passar fome ja fiz dietas malucas ou nao almoçei durante um ou dois dias mas para mim isso nao era nada ate porque tenho uma amiga que eu acho que ela esta muito bem de corpo mas ela nunca almoça e simplesmente nao precisa de alimento digamos mas nao sei eu acho que culpo um pouco a sociedade porque para a mesma ninguem é perfeito havera sempre alguma coisa que poderiam mudar e isso nao ajuda ninguem a melhorar seja anoretica ou obesa porque muitas das vezes vou acabar com tal obeceçao que vao começar a mudificar mesmo aquilo que nao é preciso e agora com tantas ajudas medicas,plasticas as pessoas conseguem faze lo mudarem se mesmo estando ja perfeitas ,lindas e ideias mesmo que algumas pessoas e ate elas proprias nao concordem isso para mim é triste

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    1. A tua história comoveu-me, Catarina... :'(

      Muita força, eu já conheci pessoas que sentem o mesmo, espero que um dia possas ver-te com outros olhos <3

      Eu espero que um dia a sociedade deixe de contribuir para situações como a tua...sê forte!

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  24. Este comentário foi removido pelo autor.

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  25. Esse post esta muito profundo e emocionante , pois a nossa sociedade é muito cruel , e pena que esta mensagem não passe pelo mundo inteiro pois se as pessoas tivessem menos preocupados com a vida e a figura dos outros éramos todos mais felizes.
    Eu ate aos 19 anos era saudável e magra tinha 1,80 e pesava 58 quilos depois de fazer uma cirurgia que correu muito mal estive a tomar cortisona durante 8 meses engordei muito fiquei com 120 quilos e muitos problemas de saúde para mim foi o fim do mundo fiquei sem chão sem vontade de viver ter que me olhar ou espelho era doloroso chorava sempre porque é muito duro um médico fazer uma atrocidade destas e eu é que fico neste estado e ele continua a vida dele sem consequências pelo que me fez, hoje posso dizer que me sinto um bocado mais feliz já me olho ao espelho adoro me arranjar me sentir bonita mas de vez enquanto ainda me vem muita dor a ver o que o meu corpo era e o que esta mas dou graças a Deus de estar viva pois outras pessoas com o problema parecido ao meu ficaram em estado vegetativo , continuo a lamentar a nossa sociedade pelo quão desagradáveis são quando vem alguém gorda sem tentar saber o porque de a pessoa estar assim , hoje sou feliz como sou e graças a Deus estou a voltar a minha forma física o que não é fácil mas com esforço tudo se consegue . Obrigada por publicar este post pois muitas pessoas deviam de ler e mudar as suas atitudes pois não sabemos o dia de amanha hoje estamos lindas e magras e amanha tudo pode mudar.

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    1. Ainda bem que a história teve um final feliz <3 Muita força, não é fácil ver o corpo assim tão mudado "de um dia para o outro"!

      Tens toda a razão, as pessoas criticam sem saber quem está por detrás!

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  26. Olá a todas. Tenho a dizer que adorei o post mas tenho pena que ninguém que já tivesse passado por uma fase de bulimia ou anorexia tenha comentado. Acho que isso revela o trauma, a vergonha e o estigma associados a estas doenças mas acho também que assumir faz parte da reabilitação. Eu já tive anorexia, conheço bem os meandros desta doença, o quanto ela é destrutiva física e mentalmente. Decidi fazer este comentário porque hoje numa visita ao shopping entrei numa loja de roupa muito, frequentada pelas meninas, e de repente pensei que tinha entrado numa secção de crianças tal eram os tamanhos das roupas. Isto assustou-me por pensar nas consequências disso na mente ainda instável típica da adolescência que é o público alvo dessa loja. Acho que vale a pena alertar para esta situação.
    Nádia tu és uma inspiração. Lov u

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    1. Muito obrigada pelo teu testemunho <3

      É verdade, as lojas estão um horror em tamanhos, parecem roupas de criança mesmo! :x Uma vez já falei desse assunto quando fui comprar umas calças de ganga à Zara e tive de experimentar vários modelos...nuns vestia 34, noutros 36 e num...42! Assim não dá mesmo :x

      Obrigada :$$$

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  27. Olá a todas. Tenho a dizer que adorei o post mas tenho pena que ninguém que já tivesse passado por uma fase de bulimia ou anorexia tenha comentado. Acho que isso revela o trauma, a vergonha e o estigma associados a estas doenças mas acho também que assumir faz parte da reabilitação. Eu já tive anorexia, conheço bem os meandros desta doença, o quanto ela é destrutiva física e mentalmente. Decidi fazer este comentário porque hoje numa visita ao shopping entrei numa loja de roupa muito, frequentada pelas meninas, e de repente pensei que tinha entrado numa secção de crianças tal eram os tamanhos das roupas. Isto assustou-me por pensar nas consequências disso na mente ainda instável típica da adolescência que é o público alvo dessa loja. Acho que vale a pena alertar para esta situação.
    Nádia tu és uma inspiração. Lov u

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  28. No mundo há lugar para todos ^.^

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  29. Olá Nádia. :)

    Antes de mais parabéns pelo post! É importante dar a conhecer esta realidade e mostrar o impacto que certos comentários têm sobre as pessoas mais magras ou mais cheiinhas.

    No meu caso sempre fui gordinha, com 1m64 pesei em tempos 75 ou 80 kg e sempre ouvi comentários desagradáveis por causa disso, mesmo da própria família e claro que isso nos magoa sempre um pouco, mesmo acreditando que não faziam por mal quando faziam determinada observação.Contudo, um dia decidi que tinha de emagrecer e comecei a cortar em algumas coisas que sabia que me faziam mal e a fazer exercício e emagreci bastante, cheguei aos 59 kg. Porém nesta altura começou a acontecer-me algo que uma das seguidoras referiu, as pessoas começaram a insinuar que estava doente ou que não andava a comer, por muito que eu lhes dissesse que simplesmente as idas ao ginásio e uma maior atenção na alimentação me tinham feito perder aqueles quilos...

    Hoje em dia estou nos 66kg, não é um peso perfeito e sei que deveria voltar a fazer exercício, porque faz bem ao corpo e à mente, contudo sinceramente já não penso tanto no meu peso como antigamente. Há dois anos seria impensável eu vestir uns calções ou um vestido, por causa dos complexos com o corpo, mas actualmente faço-o sem problema. Como referes temos de nos aceitar como somos e como se costuma dizer "se não gostarmos de nós, quem gostará?".

    Beijinhos e parabéns por estas iniciativas. :)

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  30. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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